quarta-feira, 28 de maio de 2008

Outras leituras



Em branco e preto. Foram sonhos tolos, não preciso da voz alheia pra reconhecer. Embora insista em não ouvir nenhuma. Não sei onde foi que perdi meus anés desbotados e meus bordados desfeitos linha por linha... Havia qualquer coisa que antes me deixava respirar ao menos. Pensei ser possível tudo. Vi e quis. Além do aqui? O que não caberia em minhas mãos? O caminho sempre pareceu longo, torto, impossível de acompanhar todo, pq a vida não é planilha de arquiteto insone. Foram-se. Fui.

O sorriso dos lábios é só disfarce, como ouvi, o vento também alardeia cantos, mas na verdade lamenta sua tragédia interior
...



Há sem dúvida quem ame o infinito,
há sem dúvida quem deseje o impossível,
há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas e eu nenhum deles:

Porque eu amo infinitamente o finito,
porque eu desejo impossivelmente o possivel,
porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
ou até se não puder ser.


(Álvaro de Campos, Trecho de "O que há em mim é sobretudo cansaço")








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