domingo, 6 de março de 2011

arlequim

é carnaval. mesmo no coração da folia, epicentro de trios, quartetos e bandos, luzes, máscaras, há quem se refugie. no meu caso, prefiro o esconderijo no castelo de metáforas e lamúrias, sombra passante por janelas entreabertas. ouço ao longe o ecoar dos tumultos: sheherazade enfrentando o sultão, ao vivo, em todas as telas. conflitos, dúvidas, calor, livros, poeira, louça suja, solidão, irmã e irmão chegando. do outro lado, a persistência de uma situação que adultera minha fé em mim, para dizer o mínimo. estudos. escritos. perspectivas. tudo misturado. re-luz. sonos, falas, acordes, escritas, distrações e tantas bobagens... nada, porém, consegue apagar um pensamento nascido por acaso, ontem:


quem faz aniversário em pleno carnaval só podia mesmo ter alma de arlequim.


eis o grande mistério latejante. era para lhe contar mentiras coloridas e risonhas. inventar histórias de felicidades, conquistas, milagres. era para ser bem flutuante, reconciliada, esquecida, até. era para ser qualquer outra que não esta, à sua espera.

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